Grande homenagem a um grande musico português, Carlos do Carmo no Coliseu, mestre dum instrumento menos mediático, atualmente, mas com uma arte de ponta.
O Fado “Não se morre de saudade” em 1994 foi interpretado ao vivo num concerto memorável, com o fadista Carlos do Carmo consagradíssimo e o Raul Mendes o nosso campeão mundial de harmónica bocal.
Carlos do Carmo no Coliseu
Raul Mendes noutro dueto – Com Herman José
Video do Mendes Harmónica Trio – Notas para Si -1992 RTP Porto
Video Raul Mendes, Mendes Harmónica Trio e os 3 Netos
Entrevista do MHT e o Neto Rui Pedro, pela Serenela Andrade, e as minhas netas Ana Margarida e Ana Cláudia, então com 9 anos e 6 respectivamente.
As netas interpretaram Fui ao Jardim da Celeste…
RTP 1 Programa 12 Meses 12 Temas ao vivo em 2003
Vídeos vários deRaul Figueiredo Mendes /
Mendes Harmónica Trio
(2014)
O fadista Carlos do Carmo recebe esta quarta-feira o Grammy Latino de Carreira, no Hollywood MGM Theatre, em Las Vegas, no estado do Nevada, antecedendo a entrega anual dos Grammy Latinos. A cerimónia está agendada para as 10h00 locais (18h00 em Portugal).
“Num momento de sofrimento como o que o meu povo está a viver, e a minha pátria está a viver, a alegria que possa dar às pessoas, apesar da simplicidade que as coisas têm – isto não lhes mata a fome, nem lhes arranja emprego -, mas que possa dar-lhes uma alegria, já fico muito contente”, diz o fadista de 74 anos, em declarações à agência Lusa.
E a este propósito recorda uma quadra que cantou, escrita por um amigo que na altura vivia no Burkina Faso: “Alvorando a minha voz / Cujo coração pediu / Queria que o fado aquecesse / O meu povo que tem frio”.
O prémio, “que distingue a obra das grandes referências do panorama musical internacional, no universo latino”, segundo o comunicado, foi-lhe atribuído por “unanimidade” pela Latin Academy of Recording Arts and Sciences (LARAS).
Carlos do Carmo, filho de outro grande nome do fado, Lucília do Carmo, torna-se assim o primeiro artista português a receber o prémio de carreira.
No mesmo comunicado, a academia refere-se-lhe como “um dos maiores fadistas do seu tempo e uma das mais emblemáticas vozes da música portuguesa” e destaca o seu “estilo inconfundível”, que resulta de uma combinação entre “forma de interpretar distintiva, timbre e afinidade com a canção francesa e a bossa nova brasileira”.
Carlos do Carmo “desempenhou um papel fundamental na candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade através dos seus inúmeros concertos, gravações e a participação, em 2007, no filme ‘Fados’, de Carlos Saura [realizador espanhol]”, lê-se no mesmo texto.
“Duas lágrimas de orvalho”, “Lisboa menina e moça” e “Canoas do Tejo” são os fados destacados pela academia, que também recorda alguns palcos que o fadista já pisou, nomeadamente o Olympia, em Paris, a Alter Oper (Ópera Antiga), em Frankfurt, e o Royal Albert Hall, em Londres.
Para Carlos do Carmo, a apreciação foi “comovente”. O fadista disse à Lusa que, no texto que a LARAS lhe enviou (“muito bem escrito”), reparou no “grande relevo dado” ao seu trabalho. “Como no futebol eles têm olheiros, foram-me vendo a cantar aqui e ali, em Madrid, em Paris, no Rio de Janeiro, e estão a ouvir e a tomar nota, e a comunicar ao júri. Isto sou eu a cogitar”.
E em jeito de retrospetiva afirmou: “Eu fiz este meu caminho que não foi das pedras, mas que considero um caminho sempre saudável e que me levou sempre a ter uma perspetiva de ser solidário com os meus companheiros de profissão. Não me recordo de ter feito uma sacanice a um colega de profissão. E, para esta nova geração, estou de braços abertos”.
Geração que, de resto, compromete-se a dar a conhecer em Las Vegas, quando for receber o prémio: “Tudo farei para os novos artistas serem conhecidos, nos contactos que certamente irei ter em Las Vegas, como é meu dever e minha obrigação”, garantiu.
A cerimónia anual de entrega dos Grammy Latinos, nas diferentes categorias, realiza-se esta quinta-feira, a partir das 20h00 locais (5h00 de sexta-feira em Portugal).